quinta-feira, 7 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador: Thor está de volta e... opa, peraí. Em um reino medieval sombrio, de uma rainha fraca de corpo (ui, inverno rigoroso, mesmo eu sendo a rainha e morando em um castelo com todas as lareiras e cobertores do reino acho que vou dar uma morridinha) e espírito (olha, uma rosa, vou pegá-la pelo espinho com força porque eu odeio os meus dedos e quero necrosar um tiquinho) e um rei pervertido (o que é isso, uma mulher acorrentada? Yay bondage, bora casar) nasce Branca de Neve. Ela é a Mais Bela de Todas™, pelo que está no seu coração, como o filme deixa bem explícito, caso o espectador seja retardado, não saiba o que é uma metáfora e realmente ache que isso só tem a ver com beleza física. Considerando que é um filme com a Kristen Stewart, não se pode descontar a possibilidade.

Continuando, a mãe da BdN morre de retardismo crônico gripe, o rei fica emo e vai enfrentar um exército de soldados de vidro com um ponto de vida cada. Em vez de fazer a coisa inteligente, e ficar arremessando pedra de longe (são de vidro, porra!), prefere ir lá e quebrar tudo. Assim aproveita pra diminuir o tamanho do próprio exército sem o sindicato enchendo o saco, suponho. Não há explicação para o que o exército vitral quer, de onde veio, pra onde vai, ou qualquer coisa do gênero, mas ninguém parece se importar. Dentro de uma carruagem que o inimigo estava levando pra passear o rei encontra Charlize Theron acorrentada e suja, fica com uma ereção real e decide casar com ela no dia seguinte, em vez de fazer a coisa inteligente e comê-la no matinho.

É claro que a recém coroada rainha não se sente muito confortável com o rei guardando a espada dele na sua bainha, então resolve guardar a faca dela entre as costelas dele. Sabe como é, pra parecer um acidente. De qualquer maneira, a rainha toma o reino, e em vez de matar a única outra herdeira possível, manda guardá-la no sótão. Porque, como fica óbvio, este é um mundo de gente retardada. Deve ser alguma coisa na água.

Blablabla, sob o julgo da Rainha o reino torna-se ainda mais sombrio e morto (lembra aquilo sobre sutileza e metáforas que eu disse um pouco antes?), e BdN cresce na torre, enquanto a Rainha fica chapada e segue as orientações da sua alucinação espelho mágico e come as menininhas bonitinhas pra se manter eternamente jovem. Meu, se isso funcionasse, o Mick Jagger não teria aquela cara detonada dele.

Anyway, BdN foge com a ajuda dos animais da floresta sombria, e eu não acredito que acabei de escrever essa frase seriamente, e a Rainha manda Thor ir buscá-la. Infelizmente, Thor perdeu o martelo e a tintura de cabelo, e resolveu encher a cara por causa disso. Ele a encontra, eles fogem juntos, vivem mil aventuras emocionantes com uma turminha do barulho armando altas confusões, e eu já revelei o suficiente do plot.

Chris Hemsworth é muito possivelmente o homem mais bonito do planeta no momento, mas parece estar preso em exatamente um personagem. Vejo um futuro muito parecido com o dos atores de LotR pra ele. Kristen Stewart está absolutamente perdida no papel, no filme, e eu acho que em Hollywood. A minha teoria é que ela é fruto de uma aposta entre empresários do cinema, sobre quem conseguiria transformar a pessoa mais insípida e sem talento que achasse em uma estrela com top billing. Os melhores atores do filme estão nos piores papéis: os anões, que só estão lá porque a história original tinha anões e que diabos, a gente tem que seguir o conto de fadas!

Thor (eu realmente acho que eles nem falam o nome do caçador no filme, de qualquer maneira) é claramente um inútil, que não consegue proteger ninguém, não ganha uma briga de ninguém, e só parece competente em comparação com BdN. Quando ela deixa de ser donzela (figurativamente, diga-se. Ela continua virgem, como a imagem sacro-cristã dela exige) e vira heroína, ele e jogado tão pra escanteio que você chega a esquecer que existe.

Charlize Theron teve toda a oportunidade de transformar Ravenna em uma personagem complexa e até mesmo 'gostável', e arruina tudo com o seu histrionismo. Se ela tivesse feito toda a atuação de maneira idêntica, apenas trocando os gritos por sussurros, teria criado uma personagem memorável.

E isso é tudo que há pra se dizer sobre o filme Talvez fosse menos crítico a respeito se não tivesse o assistido com um neném chorando e me chutando de um lado e com a mais suave das distrações de outro.

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