É um retorno ao mesmo, suponho.
Cá estou, escrevendo no blog. Eu odeio você, blog.
Como uma amante, a única que posso ter, sinto o monstro que carrego nas costas me abraçando, com membros que mais parecem correntes ou tentáculos, efêmeros como fumaça, sólidos como a culpa. A culpa por simplesmente ser quem sou. Uma pessoa terrível. Um monstro egoísta. Um stalker.
Dentro de todos os meus defeitos e vícios e pecados, eu amo. E espero ser amado em retorno. Mesmo que me amar seja o pior destino que possa imaginar a alguém, egoisticamente desejo isso a outra pessoa, simplesmente porque o vácuo que há dentro de mim precisa ser preenchido, porque o que há dentro de mim não suporta o peso de mim mesmo, como uma casa com fundação na areia. Eu tenho uma tendência ao heroísmo, às donzelas em perigo, a me meter na vida dos outros, a me jogar na frente das balas, mas quem precisa ser salvo sou eu.
Invejo a fé. Invejo aqueles que conseguem, no desconhecido da metafísica, achar esta completutide. Mas não há deus ou Deus que caiba no buraco dentro de mim.
Fico imaginando o que poderia ser visto de mim, no olho da mente. Uma silhueta branca, um espaço vazio no formato de uma pessoa, com uma longa sombra ao fundo, que poderiam ser asas, que poderiam ser monstros. Que seria ambos.
Talvez a pior parte de ser um monstro, é ser um monstro com sentimento de culpa. Um monstro incompleto. Um monstro completo poderia simplesmente manipular e manobrar pra conseguir tudo o que quisesse, pra ter os espólios a que se vê tendo direito. Mas ainda tenho consciência demais, e orgulho demais. Não quero roubar o amor de ninguém. Quero ser amado por quem sou.
HAHA FAT CHANCE.
Desculpe, Florence, não consigo arrancar o diabo das costas.
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