Sábado, 21:28: (Escrevo pra mim mesmo, pra não ter a DR. Porque, afinal, você está cansada de DRs. Sente falta de quando as coisas eram 'mais leves'. E até meu psicólogo acha que não adianta mais eu tentar discutir. )
Eu tentei. Eu achei até que havia conseguido. Mas aparentemente, não consegui diminuir as expectativas que tinha.
Você viria na sexta a noite. Que virou sábado de manhã, que virou sábado na hora do almoço. Você chegou e me deu o mais leve dos beijos. Cada vez que lhe tocava, de leve, num toque no braço ou abraço, você travava um pouco.
E claro, chegou e quis ir direto almoçar. Depois de almoçarmos, fomos pra casa, onde você quis... Imediatamente sair pra ver seus amigos. Falei de enrolarmos um pouco, e você apenas aceitou deitar um pouco. Meu toque lhe fazia cócegas. Não houve um carinho da sua parte. E então saímos, claro. Fomos ver Podrice no shopping. Você socializou com eles, conversou com eles, e mal olhou na minha direção. Ficamos lá até o horário de nos arrumarmos pra ir na Liv. Novamente, conversou bastante, pareceu se divertir.
(No caminho, quando mencionei o aniversário semana que vem, todo o seu comentário foi 'é, não vai dar pra você ir.')
E cá estamos, na casa da Lívia. Você está aproveitando pra conversar bastante com as pessoas. Falando dos seus cosplays e planos pra CCXP. Planos pra Disney. Basicamente, todas as coisas legais que irá fazer até o final do ano, sem mim. E quando me viu olhando pra você, literalmente fez cara feia e olhou pro lado. Quando tentei me integrar ao grupo pra conversar, virou o corpo e a conversa (e o copo de caipirinha!) pra longe de mim.
Realmente, eu analiso tudo. Analiso demais. Meu TCC abortado na faculdade de psicologia era sobre comunicação não-verbal. Não consigo deixar de fazê-lo. Não consigo deixar de sentir cada rejeição. Não consigo fingir estar bem.
Sinto falta de você. Ao meu lado. De parceria, de intimidade. Do conforto do toque, da confiança sem apreensão. Sei lá. Nesse momento, você está a uma parede de mim. E nunca esteve tão longe.
--
23:54: E seguiu-se. Você foi uma vez atrás de mim pra dividir a história da creche. Wow.
Mais tarde, teve um momento, no final, que já quase não havia ninguém com quem conversar. Você brincava com os cachorros. Você chegou perto de mim, olhou pra cadeira vazia ao meu lado. E seguiu a sua vida. Bacana. Divertido.
--
01:46: A conversa no caminho de casa foi estranha.
Chegando em casa, Você não me tocou. Foi tirar maquiagem, colocar pijama. Quando disse que eu não queria assistir nada, você quis ir dormir. Basicamente, são essas as duas opções quando estamos só nós dois? Não me espanta o esforço que fez pra que não ficássemos sozinhos todo o fds.
Assim como não espanta você não ter tido interesse no que eu comprei na sex shop. Desperdício do meu dinheiro e tempo, ne? Eu sirvo é pra dormir abraçado. Mas só até você cair no sono, depois tenho que sair pra não roncar e lhe atrapalhar. Pelo menos dou um bom travesseiro.
--
02:26: E eu a coloco pra dormir e fico literalmente falando com as paredes.
Vale a pena vir pra Campinas no sábado e voltar no domingo pelo aniversário da Lívia.
Não vale a pena fazê-lo pra me ver, e depois ir no aniversário da Mars.
--
11:29: Olha só. Domingo de manhã. Eu a alimentei de panquecas, e você pegou suas coisas e foi embora.
...e ainda queria um beijo de tchau, quando estava no seu carro. Não. Foda-se. Se é pra me beijar só pra ir embora, não precisa. Se é pra vir pra Campinas pra me usar de pousada, só pra dormir na minha casa e comer o meu café da manhã, não precisa. Se é pra me amar só quando é fácil ou conveniente, foda-se.