quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Às vezes eu começo a escrever, daí me arrependo e apago. Daí vou e escrevo de novo. E sigo nesse ciclo. Se mudou algo, foi o fato que eu no geral me controlo e apago em vez de falar besteira. E isso é melhor do que mandar e me arrepender e apagar depois.

Mas cansa-me. Estou cansado de ser uma pilha de lembranças, um calendário de anos passados. Eu não sei o que fazer com os meus sentimentos. Não posso me livrar deles, não posso expressá-los... o que sobra? Eu mantê-los engarrafados dentro de mim, fermentando, apodrecendo, até explodir. Então eu... digito. E não mando. às vezes salvo no blog. Pra ninguém ler. Isso é bem cansativo.

domingo, 18 de agosto de 2019

Notas de um sábado de festa.

Sábado, 21:28: (Escrevo pra mim mesmo, pra não ter a DR. Porque, afinal, você está cansada de DRs. Sente falta de quando as coisas eram 'mais leves'. E até meu psicólogo acha que não adianta mais eu tentar discutir. )

Eu tentei. Eu achei até que havia conseguido. Mas aparentemente, não consegui diminuir as expectativas que tinha.

Você viria na sexta a noite. Que virou sábado de manhã, que virou sábado na hora do almoço. Você chegou e me deu o mais leve dos beijos. Cada vez que lhe tocava, de leve, num toque no braço ou abraço, você travava um pouco.

E claro, chegou e quis ir direto almoçar. Depois de almoçarmos, fomos pra casa, onde você quis... Imediatamente sair pra ver seus amigos. Falei de enrolarmos um pouco, e você apenas aceitou deitar um pouco. Meu toque lhe fazia cócegas. Não houve um carinho da sua parte. E então saímos, claro. Fomos ver Podrice no shopping. Você socializou com eles, conversou com eles, e mal olhou na minha direção.  Ficamos lá até o horário de nos arrumarmos pra ir na Liv. Novamente, conversou bastante, pareceu se divertir.

(No caminho, quando mencionei o aniversário semana que vem, todo o seu comentário foi 'é, não vai dar pra você ir.')

E cá estamos, na casa da Lívia. Você está aproveitando pra conversar bastante com as pessoas. Falando dos seus cosplays e planos pra CCXP. Planos pra Disney. Basicamente, todas as coisas legais que irá fazer até o final do ano, sem mim. E quando me viu olhando pra você, literalmente fez cara feia e olhou pro lado. Quando tentei me integrar ao grupo pra conversar, virou o corpo e a conversa (e o copo de caipirinha!) pra longe de mim.

Realmente, eu analiso tudo. Analiso demais. Meu TCC abortado na faculdade de psicologia era sobre comunicação não-verbal. Não consigo deixar de fazê-lo. Não consigo deixar de sentir cada rejeição. Não consigo fingir estar bem.

Sinto falta de você. Ao meu lado. De parceria, de intimidade. Do conforto do toque, da confiança sem apreensão. Sei lá.  Nesse momento, você está a uma parede de mim. E nunca esteve tão longe.

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23:54: E seguiu-se. Você foi uma vez atrás de mim pra dividir a história da creche. Wow.

Mais tarde, teve um momento, no final, que já quase não havia ninguém com quem conversar. Você brincava com os cachorros. Você chegou perto de mim, olhou pra cadeira vazia ao meu lado. E seguiu a sua vida. Bacana. Divertido.

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01:46: A conversa no caminho de casa foi estranha.

Chegando em casa, Você não me tocou. Foi tirar maquiagem, colocar pijama. Quando disse que eu não queria assistir nada, você quis ir dormir. Basicamente, são essas as duas opções quando estamos só nós dois? Não me espanta o esforço que fez pra que não ficássemos sozinhos todo o fds.

Assim como não espanta você não ter tido interesse no que eu comprei na sex shop. Desperdício do meu dinheiro e tempo, ne? Eu sirvo é pra dormir abraçado. Mas só até você cair no sono, depois tenho que sair pra não roncar e lhe atrapalhar. Pelo menos dou um bom travesseiro.

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02:26: E eu a coloco pra dormir e fico literalmente falando com as paredes.

Vale a pena vir pra Campinas no sábado e voltar no domingo pelo aniversário da Lívia.

Não vale a pena fazê-lo pra me ver, e depois ir no aniversário da Mars.

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11:29: Olha só. Domingo de manhã. Eu a alimentei de panquecas, e você pegou suas coisas e foi embora.

...e ainda queria um beijo de tchau, quando estava no seu carro. Não. Foda-se. Se é pra me beijar só pra ir embora, não precisa. Se é pra vir pra Campinas pra me usar de pousada, só pra dormir na minha casa e comer o meu café da manhã, não precisa. Se é pra me amar só quando é fácil ou conveniente, foda-se.

domingo, 4 de agosto de 2019

Sinto-me um acessório na vida das pessoas de quem gosto. Não vejo relevância na minha presença, nem importância na minha ausência.

Sinto que continuo vivo apenas pra não magoar as pessoas ao morrer.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma pequena parcela.

Faz tempo que não escrevo aqui.

Canso de ser uma pequena parcela na vida das pessoas que mais gosto.

Canso de não valer uma hora de trânsito pra passar dois dias comigo.

Canso de tomar a iniciativa, de sofrer as pequenas dores de cada rejeição, canso da frustração e decepção de não ser desejado.

Apenas canso-me.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

More than this.

Voltar a escrever aqui nunca é um bom sinal. Mas eu preciso solidificar certos pensamentos pra que eles parem de nadar de maneira vaga na minha mente.

Ouço One, do U2, e parece que sou eu cantando pra mim mesmo.

Sinto, como um bom esquizofrênico que não sou, que há varios Eus dentro de um corpo só, e eles não gostam uns dos outros.

Faz dois meses que estou afastado do trabalho. Estarei começando de fato a terapia depois de amanhã. Passei o final de semana com minha filha e sobrinho. Assistismos um filme muito legal, almoçamos em família, nos divertimos.

E tudo que quero é morrer.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Tempo

É, faz tempo que não escrevo aqui. Basicamente, a maioria do que eu escreveria aqui vai pro Facebook mesmo. Então, porque escrever?

A resposta é simples. As vezes, eu preciso de respostas. Preciso expressar, preciso explicar a mim mesmo ao mundo. Mas, as vezes, eu preciso tentar me explicar a mim mesmo.

Eu não sei qual o meu problema. Eu não sei qual o problema dessa merda dessa depressão que vem e vai, sem motivo ou rima, sem nada que a cause, exceto o defeito de fabricação impresso no meu cérebro.

Eu não tenho uma vida ruim. Eu tenho uma namorada que amo, que alegra meus dias, e que acredito com firmeza que me ame na mesma medida. Eu tenho minha filha, quase um auto-retrato, que me ama mesmo que não seja um bom pai. Eu tenho meu emprego, que não é o pior dos que já tive, e que me dá estabilidade, e paga razoavelmente. Eu tenho minha família, que, com todos os seus problemas, claramente me ama e se preocupa comigo.

Claro, eu tenho meus problemas financeiros, e a porcaria do carro que eu não consigo juntar energia pra ir atrás e consertar e vender, mas esse tipo de problema todo mundo tem, e percebo que não, não é o que me causa a depressão. Mesmo que a questão de grana ande me atingindo de maneira bem severa ultimamente.

Não. Meu problema é mais embaixo. Só não sei onde.

Gostaria de ser uma pessoa melhor pras pessoas a minha volta. Adicionar algo positivo, em vez de simplesmente acumular motivos pra se preocuparem. Mas não sei fazê-lo.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Holes.

Encho minhas veias de cafeína e durmo mais do que nunca. Meus olhos doem, o fluxo do tempo distorce-se na minha mente. Muitas coisas distorcem-se na minha mente. Deve ter algo relacionado com o tamanho da minha cabeça que permite que os pensamentos quiquem até deformar-se.

O meu principal problema não é agir de forma retardada (mesmo isso sendo um grande problema) e sim o fato de saber que estou agindo como um idiota e continuar a fazê-lo.

É incrível a velocidade com que perco a relevância, como há muito mais num mndo que julgava ser meio meu, e como a minha metade era oca.

Sentir ciúmes é uma sensação nova e nada bem vinda. Nunca tive motivos pra duvidar do meu taco, para não acreditar que fosse a primeira escolha. Isso apenas mostra o tamanho da minha arrogância, não?

Vomito as palavras no papel, sabendo bem que podem e serão utilizadas contra mim. As liberto de mim para o mundo, elas ganham dentes e sabem perfeitamente onde estão minhas melhores veias. Talvez seja algum tipo de masoquismo ou auto-mutilação metafórica. Talvez sejam as palavras as mestras, e tudo que faço é carregá-las até não aguentar mais.

Não é como se alguém ainda lesse isso; eu visto minhas emoções no rosto muito mais do que gostaria, de qualquer maneira. Nada aqui poderia surpreender alguém; mais do que um livro aberto, sou um panfleto pregado no poste. Meu rosto é um outdoor iluminado. Esse diário é só as letras miúdas magnificadas.